sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Aquele da vontade de viver

Preciso confessar que, já há alguns anos, venho tendo um pensamento idiota sobre o futuro da minha saúde. É vergonhoso e eu admito. Já devo ter comentado com amigos mais próximos acho, já falei isso com minha mãe também, com certeza, e ela me chamou de doida. Mas vou contar como esse pensamento surgiu antes de dizer o que é, para vocês me entenderem melhor e não me acharem tão idiota assim.

Eu nunca fiquei internada - nada além de ficar algumas horas tomando soro. Eu nunca operei. Eu nunca quebrei nada (do meu corpo). Tudo que eu tive, até hoje, foi superficial. Até quando fiquei doente de uma forma mais grave, seja com infecção no estômago ou com minhas amígdalas problemáticas (que me perturbam desde pequena), eu nunca sofri de verdade uma enfermidade a ponto de passar alguns dias no hospital. Até os 25 anos, nunca precisei vestir aquela roupinha que meu pai precisou vestir nas duas vezes que infartou. 

Minhas lembranças de hospital sempre são de outras pessoas. Meu irmão, meu pai, meus avós... para me tratar, nunca precisei mais que algumas cartelas de antibióticos, xaropes e coisas do tipo. Já ouvi frases do tipo "Darshany está sempre doente". Mas não é bem assim. É só uma garganta que dá problemas demais.

O pensamento idiota que me veio à cabeça, após refletir sobre tudo o que falei acima, é: algo muito ruim ainda me espera. É algo que me dá medo. Nada grave ter acontecido até hoje, só pode ser sinal de que algo pior virá pela frente, quando eu menos esperar. Eu sei que não é bem assim, e que posso ficar saudável e nunca ter nada grave (?). Mas quem é que controla o próprio cérebro, quando começa a nos pregar essas pegadinhas sobre o futuro?

***

Hoje, tomei um tapa na cara, mas não no sentido literal. A vergonha desse pensamento negativo só aumentou quando, por uma coincidência, comecei a ler o blog da jornalista Natalie Marino, o Viver Superando. Natalie descobriu um câncer de mama aos 32 anos, em janeiro do ano passado. Em seu blog, ela relata como vem enfrentando a doença desde então, suas vitórias, o término da quimioterapia e como sua vida mudou após o câncer.

Quando eu entrei na Rede Gazeta, em 2010, a Natalie já trabalhava lá como repórter. Lembro de ler suas matérias de polícia, lembro da época da descoberta do câncer, quando meus colegas da redação da TV comentavam o que tinha acontecido, e eu simplesmente não conseguia acreditar que alguém tão jovem poderia ter tal doença. Apesar de Natalie estar próxima, eu nunca a conheci, por ela estar, naquela época, em uma redação diferente.

Acabei de passar o final da noite lendo o blog dela. Post após post, até novembro deste ano. Ri, chorei, me emocionei com sua história. Não a conheço, mas fiquei muito feliz por ela estar bem e ter terminado o tratamento vitoriosa. O fato de Natalie ter tido câncer tão nova (apenas sete anos me separam dos 32) poderia me deixar ainda mais preocupada em ter algo no futuro. Mas aconteceu o contrário. Eu não quero pensar nisso. Eu quero é aproveitar a vida e ser feliz. Cuidar da minha saúde e deixar o futuro acontecer. Aproveitar cada momento do hoje. E, se algo acontecer e não puder ser evitado, que eu possa ter a força que a Natalie teve. Que sua história sirva de inspiração desde já. Obrigada, Natalie.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Aquele da pedrada na janela do ônibus

Antes que alguém possa pensar em condenar o post e defender o outro lado, já adianto que o relato a seguir nada tem a ver com nenhuma das manifestações ocorridas nos últimos meses, e nem é uma posição da autora em relação às mesmas. Apenas um depoimento do pavor momentâneo vivenciado na última noite. (É bom avisar, afinal muita gente nem lê uma linha e já presume que compreendeu o texto. Acreditem: acontece).

Talvez eu nunca tenha sentido um medo tão intenso nesses 25 anos - talvez até tenha, mas ele acaba de ser ofuscado -, nem mesmo quando voltei do Rock in Rio em 2011, sozinha, em uma cidade completamente estranha (acho até que posso contar sobre isso depois). O fato é o seguinte, meus amigos: hoje, eu quase levei uma pedrada na cabeça. E daquelas bem bonitas, que fazem um estrago lindo de se ver.

Eram aproximadamente 20h15, pouco menos ou pouco mais que isso, e eu voltava para casa, em direção ao Terminal Rodoviário de Carapina. Estava tudo certo para pegar o onibus de 20h35 para minha casa, apesar de inicialmente a previsão ser o de 19h50. Mas sabe como é, uma vez no shopping, o descontrole toma conta. Além do presente de aniversário da amiga, parei para comprar uma bolsa nova. Mal sabia eu o efeito que essa pequena parada para as compras e essa troca inocente de horários causariam na minha pacata rotina.

O 515, que faz a linha Terminal de Campo Grande > Terminal de Laranjeiras, nem estava muito cheio. Deviam ter umas três ou quatro pessoas em pé, somente. Tudo ia muito tranquilo e estávamos na altura do Colégio Salesiano, entre Jardim Camburi e Bairro de Fátima. Eu estava sentada do lado direito (da porta), próximo à janela, nos bancos localizados um pouco depois da porta do meio. Um garoto ao meu lado cochilava, e eu estava no mesmo caminho. Os olhos quase fechando, fechando, sonha Darshany, que já, já cê tá chegando em casa... BUM.

O máximo que consigo mostrar, ainda com as mãos trêmulas,
após limparem o banco.
Nessas horas tudo é tão rápido que você fica atordoado, olhando para todos os lados. Ao mesmo tempo que parava para olhar os cacos de vidro ao meu redor e dentro da minha blusa, vi um grupo de jovens (não sei precisar quantos, nem se eram menores) correndo em direção contrária e gritando 'uhhhhh', como se estivessem comemorando. Comemorando o quê? Possíveis passageiros inocentes feridos? Ou será que eles não fazem ideia do que pode acontecer ao jogar uma pedra enorme na janela de um ônibus?


A janela atingida foi exatamente atrás de mim. Não sei como, mas a pedra não atingiu a cabeça de ninguém, e ninguém também se cortou com o vidro - na verdade essa última parte não tenho certeza, mas no meu caso, só restou um pescoço vermelho pelo impacto dos cacos, já que por ironia do destino eu usava um rabo de cavalo. Os passageiros do banco de trás, os mais atingidos pelos cacos, levantaram e seguiram em pé a viagem. Pareciam bem, apesar de assustados. A moça da frente, que estava sozinha, percebeu que eu estava abalada e não levantava, e me chamou para sentar com ela, já que havia um assento livre. "Vem para cá, tem um monte de vidro aí. Você está bem?". Nem perguntei o nome dela. 

Pensando melhor agora, nem olhei direito para as outras pessoas. O ser humano e essa mania de egoísmo. Para tentar justificar, digo que fiquei chocada. Até agora ainda ouço o barulho forte do vidro quebrando, do nada. Vai que era tiro? Nós estamos mais vulneráveis do que imaginamos, essa é a verdade. Por mais que o jornalismo nos permita ver coisas terríveis, nunca pensamos que nada daquilo possa acontecer com a gente. Como uma pedrada no ônibus, por exemplo. 

O mais incrível de tudo é que o motorista não viu o grupo de jovens, e chegou a insinuar que alguém de dentro do ônibus havia empurrado a janela e quebrado. Bom, desci no terminal e, apesar dos obstáculos, consegui pegar o ônibus de 20h35. Não lembro se agradeci à moça que me acolheu gentilmente por cinco minutos em seu banco. Nós trocamos algumas palavras, mas também não me lembro.

Se os meninos estavam protestando? Não sei. Revoltados com alguma coisa? Não sei. BRINCANDO? Sei ainda menos. O que sei é que o ser humano, em seus atos impensados, cada vez menos pensa nas consequências para o próximo. Fico pensando: e se tinha alguma mulher segurando um neném do lado da janela? Acho que pensarei em vários 'e se' até o fim da semana, pelo menos. Porque é muito inacreditável esse tipo de atitude, em qualquer circunstância, até mesmo em protestos. Nenhum inocente merece se machucar. Eu não mereço.

Como desabafar no Facebook incomoda muita gente, fica aí o meu desabafo.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Aquele dos esmaltes e unhas coloridas

Sempre me disseram que, quando se começa a namorar, além de engordar, você passa a não se preocupar tanto com a aparência. Afinal, já conquistou o que tinha que conquistar. Eu gostaria de dizer que discordo das duas afirmações e acho essa coisa de "já conquistou mesmo" extremamente ridícula.

Primeiramente, porque nunca engordei por causa de namoro em si. E, agora, o que aconteceu é que eu já estava em uma fase de engordamento muito antes de começar o relacionamento. E isso tem um nome, sim: dobras no trabalho que se converteram em dobras de pelancas e pneus. Então, nada tem a ver com namorar. Só faltou ainda a vergonha na cara de reverter a situação. Portanto, aos que me veem depois de muito tempo, ou simplesmente que não têm nada melhor para comentar, um recado: eu já estava gorda.

Segundo: não é porque você já está namorando, que não precisa parecer bonita, se arrumar, etc. Cadê a autoestima? Eu tenho muita sorte do meu amor não ligar para maquiagem, essas coisas... e eu, como nunca fui fã de me arrumar com tudo o que se tem direito, continuei assim, mas não é por isso que apareço desleixada. Apesar de alguns deslizes vez ou outra, que às vezes dá preguiça.

#unhadasemana
E a questão vai além de agradar alguém. É agradar a si mesma. Claro que, quando você pinta uma unha - que é próximo ponto a ser analisado - você espera que alguém repare. No caso, a mãe, para a aprovação da cor, e o namorado, que prefere cores escuras mas te ama de qualquer forma, até se um dia sua unha cair por acaso do destino - assim espero, mas não espero (entendem?). Mas não é tão bom se sentir bem, com as unhas pintadinhas, bonitinhas, coloridas? Eu acho o máximo.

E digo isso porque meu amor pelas unhas feitinhas é bem recente. Vou explicar. Desde que eu era adolescente, bem jovenzinha, eu já gostava de pintá-las. De preto, óbvio. Mas sempre em casa e, com a preguiça e a falta de coordenação motora, era bem raro aparecer de unhas pretinhas na escola. Como eu não tinha costume de ir a um salão de beleza e nem dinheiro para isso - sou pobre e não tinha mesada, gastava o dinheirinho que raramente ganhava no cinema -, ficava com os dedinhos livres de qualquer cor.

Acontece que eu cresci, aprendi a gostar de mais cores, mas continuei pobre, com preguiça e sem coordenação. Minha mãe começou a me dar esmaltes da Avon (tem cada cor linda!), eu vez ou outra comprava alguns da Colorama/Risqué/Impala/etc em supermercados ou farmácias, mas guardava tudo. Usava um ou outro beeeeeeeeeem de vez em quando, mas como na maioria das vezes ficava tudo feio, eu desistia. Quando comecei a ser assalariada, a falta de costume venceu e nem pensei em fazer as unhas no salão - salvo casos de festas, formatura, etc.

É difícil admitir isso, quando a maioria das garotas SEMPRE frequentou salão. Minha mãe até me disse uma vez, que queria que eu fosse mais arrumadinha, essas coisas de mulherzinha. Mas não rolou, preguiça, coisa e tal, me deixa que em casa passo uma base básica. Coincidentemente, depois que comecei a namorar este ano, resolvi tirar meus esmaltes da maletinha - sim, eu tenho uma maletinha cheia deles, das mais variadas cores! Irônico, não? Alanis diria isso.

E aí, mesmo com a preguiça dizendo "oi" de vez em quando, agora eu estou indo quase sempre ao salão pintar as unhas, usando todos os meus esmaltinhos coloridos lindos, pensando em comprar mais, ampliar minha coleção, vou até comprar uma maletinha nova. Meu namorado repara, na maioria das vezes, apesar do amor não depender disso, grazadeus. Mamãe opina, temos mais um assunto agora. E com o instagram rola o #unhadasemana. Parece bobeira, mas dá pra conhecer muitas cores novas que estão usando por aí e ter uma ideia do que comprar, além de novas invenções - ainda não tive coragem de inovar, prefiro por enquanto pintar de uma cor só. Estou até lendo blogs especializados. E olha que eu nem tiro a cutícula - porque já não tirava, então não preciso, e porque descobri ser mais saudável para as unhas também. Até aceito esmalte de lembrancinha, se você quiser me agradar.

É, acho que tenho um novo hobby.

   

terça-feira, 16 de julho de 2013

Aquele das 300 horas no aeroporto

Há exatamente um ano (e duas horas) eu chegava da minha última viagem ao Rio de Janeiro. Ainda faltam dois meses para pisar novamente em terras cariocas e esquecer do trauma sofrido no dia 16 de julho, após sair do Aeroporto de Santos Dumont. Nada como ter que chegar 18h no trabalho e o Aeroporto de Vitória estar fechado devido ao mau tempo. Nada como ficar horas e horas dentro de uma aeronave, sem saber se ela finalmente vai pousar, cair, voltar.

Quem poderia prever? Assim como todos os traumas sofridos ao longo dos anos, e daqueles últimos dias, eles em sua maioria não podem ser evitados, previstos. É difícil orquestrar uma manobra para um futuro incerto. E de incertezas eu ia vivendo, principalmente em 2012. De forma que, hoje, me pego lembrando daqueles momentos dentro do avião, tentando pousar duas vezes em Vitória, voltando para o Rio de Janeiro, esperando e esperando até finalmente poder voltar para casa. Ou melhor, para o trabalho. Aproveitar para pensar, parando apenas para tomar um café. Eu não tinha nem um livrinho na bolsa.

Sempre achei que ser uma pessoa legal fosse me livrar de ser sacaneada. Porém, quando lembro de acontecimentos de um ano atrás, dois, até mesmo seis anos, sem contar aqueles que não me recordo por estarem tão longe na linha do tempo, percebo como isso é uma grande ilusão. O mundo não é e nunca será dos bonzinhos. Seja dentro do avião, com 24 anos e tristezas a bordo. Seja com 25 anos e plenamente feliz. Temos de aprender a sobreviver. Vou sobrevivendo.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Aquele do cardigan (ã?)

Criei um blog e a primeira coisa que se esperava de minha pessoa era NÃO encher mais a timeline alheia com divagações, etc (não que eu fosse um desses chatos da internet que se acham entendedores do mundo, o universo e tudo o mais. Talvez alguém até me julgue assim, mas juro que não sou ou pelo menos tento não ser. Quero ser legal, poxa). 

E qual foi a minha primeira atitude? Encher a timeline alheia... Só percebi depois que cliquei em publicar. Acredito que isso acontece com muitos. Aquele arrependimento instantâneo e o orgulho em não despublicar. Deixa aí, já foi... olha, uma curtidinha, duas, ih, agora que não vou excluir mesmo. É só controlar os dedos na próxima, para de falar besteira garota, ninguém se interessa por sua vida, quanto mais pelo que você comprou da última vez que foi ao shopping. Ih, 15 curtidinhas, 19, 24... nada como uma pequena audiência no Facebook para nos fazer sorrir em um fim de tarde sem nada para fazer. Quanta besteira, meu Deus. Deve ser culpa da falta de trabalho.

O cardigan (ã?).
Acontece que ontem comprei um cardigan novo. Vi no Google que pode ser cardigã, é verdade? Mas então, ontem #fuiprarua, para pagar as minhas continhas, continuar com a história do meu diploma que nunca fica pronto, e todas aquelas coisas de gente adulta e formada. Um saco. Fui no banco que há no shopping, tive um pressentimento, sei lá, uma sensação ruim, um medo repentino de ser assaltada na rua. Como se eu estivesse muito segura no shopping, mas mesmo assim segui meus instintos e fui, após dar um pulinho na Universidade e me aborrecer um tico.

Uma vez no shopping, não se pode mais voltar atrás. Tantas vitrines, tantos lugares com comida deliciosa, hummm vou dar uma voltinha depois das contas. Olhar não custa nada além do tempo, e este eu ando tendo de sobra.
Quem sabe comer alguma coisinha boa em promoção. Spoleto, um dos meus preferidos, sempre tem uma comidinha por R$ 9,90. Terminei almoçando na Vivenda do Camarão, tava mesmo com um desejo enorme de camarão, e quando vi meu prato preferido por R$ 15,90, não pensei duas vezes. Dei sorte.

Já alimentada, parti para a caminhada com a desculpa, agora, de ajudar na digestão. Olhar não custa nada, olhar não custa nada, este é o mantra, galera. E aí me deparei com ele: o cardigan. Tão bonitinho, tão minha cara.
Tão confortável, aconchegante, claro que experimentei. Listradinho, preto e branco, mais branco do que preto porque essa minha fase emo dark roqueira pseudo doidona ficou lá nos 16 anos. Mas, pensei assim: estou sem emprego, né? Melhor não gastar à toa, etc etc etc etc. Aí veio um ventão gelado, não sei se do Céu me ajudando ou se do ar condicionado da loja mesmo, e logo decidi: até os desempregados merecem se aquecer no frio. Porque não? Estava até com um preço bom...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Aqui, aos 25

Dia desses, não tão longe pois só completam duas semanas amanhã, fui fazer um exame psicológico. Calma. Pelo que eu saiba, está tudo bem com a mente que vos escreve. Era mais uma etapa de um processo seletivo de uma vaga de um emprego que talvez um dia - não agora, veja bem - eu venha a ocupar. São tantos uns e umas que o talvez quase parece certeza, mas ele logo se perde. É bem talvez, mesmo.

De qualquer forma, isso não é o importante. Pode ser que fique, em breve, nas próximas linhas ou dias. O fato é que, no final desse teste/exame/prova/etc psicológico, precisava escrever uma redação. Até aí tudo bem, sou jornalista, né? Tenho de saber escrever, fazer uma redação, essas coisas. Não que eu não fosse saber se não fosse jornalista. Até porque, talvez esse seja o único dom (aka talento aka uma das poucas coisas que sei fazer de verdade sem nenhuma dificuldade intelectual). O interessante, aqui, é que o tema era... eu. Devia escrever sobre mim. Não há nenhum problema nisso, exceto por não saber de fato o que dizer sobre mim e estar com sono por ter dormido apenas por duas horas na madrugada daquele dia.

Para minha sorte, eu sem querer me ajudei antes mesmo de saber que deveria fazer essa redação. Preparada para procurar sequências de símbolos que nunca decoro como são, fiquei 50 minutos no trânsito pensando em qualquer coisa, menos no teste/exame/prova/etc. Qualquer coisa vulgo este blog. Incrível, não? Já estava com essa ideia há tempos na cabeça. Fazer um blog novo. Algo referente à minha vida a partir dos 25 anos. Deixar aquela garota do casaco verde só na memória e começar do zero. Uma tentativa de ter ânimo, novamente, para escrever sobre aleatoriedades que não sejam apenas seriados.

Sendo assim, ao longo do caminho até o local do teste, fiquei pensando sobre o primeiro post desse blog recém criado. Eu provavelmente, como sempre, teria esquecido tudo se não fosse o próprio teste. Ou seja, meu blog salvou o exame e vice-versa. No fim das contas, achei super apropriado começar minha redação sobre eu mesma falando exatamente sobre meus 25 anos. O que, na verdade, começou com 24. Foi mais ou menos assim:

Faz pouquinho tempo, eu ainda tinha 24 anos. Pouco mais de três meses. Agora, tenho 25. Para algumas pessoas, pode parecer não fazer diferença nenhuma. Talvez, para essas pessoas, realmente nem faça... mas na minha cabeça, aqui, são dois mundos diferentes. É como se agora fosse sério mesmo. Tenho 25. Sou adulta. Meu Deus do céu, sou adulta.

Com 24, eu ainda nem tinha largado o primeiro emprego. Agora, já deixei o segundo (em breve conto para vocês, mas já peço para não me acharem louca) e procuro o terceiro. Com 24, eu nem queria casarterfilhosterfamíliaserfelizparasemprecomalgúem, só queria saber do meu futuro profissional. Hoje, tenho um namorado maravilhoso e incluo sua presença em todos os meus planos futuros (mas ainda sem filhos, por favor). Apesar de já ser uma mulher, com 24 eu ainda me olhava no espelho pensando naquela garota que ouvia Alanis Morissette, tomava café e via seriados. Mas eu cresci. Precisei fazer 25 anos para a ficha cair. Continuo fazendo as mesmas coisas, mas cresci. Entendem?

Pensando bem, para o meu próprio bem, essa não é a reprodução exata da redação no teste/exame/prova/etc. A questão principal é: agora tenho esse novo blog aqui. Espero que quem ainda não tem 25 anos possa se identificar com as futuras besteiras que escreverei, afinal, mesmo crescida, às vezes sinto como se tivesse 20. E, dizem, tenho carinha de 19 (mas a avó do meu namorado, é bom dizer, disse que pareço ter 15, de modo que mesmo não sendo verdade, eu acreditei, porque me sinto melhor assim). Espero o mesmo de quem já passou há muito dos 25, afinal você pode ter ainda pensamentos como os meus.

E o que dizer para quem está comigo nessa caminhada? Cá estamos, já pedindo para o tempo passar devagar e não chegar logo aos 26. Quem diria que, em 2006, e olha que nem faz tanto tempo assim, foi uma grande comemoração chegar logo aos 18. Nada mudou. Nada muda. É só o tempo passando. E agora esse passar de tempo faz mais sentido do que nunca.